Brasília – O ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, disse em depoimento ao Ministério Público que ele e outros detidos pela Operação Lava-Jato na carceragem da Polícia Federal em Curitiba usaram um aparelho celular para fazer ligações de dentro das celas. Segundo o delator, o aparelho teria sido providenciado pelo doleiro Alberto Youssef, que ocupava uma cela com o advogado Carlos Costa, também réu da Lava-Jato.
Costa confessou ter utilizado o celular duas vezes para falar com a família. De acordo com ele, o telefone não ficava o tempo todo na cela, mas era “entregue a Youssef e depois recolhido”. Paulo Roberto Costa disse não saber quem entregava o aparelho, pois ele ficava em outra ala da carceragem.
De acordo com o ex-diretor, ainda de dentro da carceragem, Youssef também pagava com dinheiro em espécie por refeições pedidas por carcereiros para o grupo de detidos. “Certa vez foi entregue costela”, consta no depoimento.
Costa afirma que um carcereiro identificado como “Benites” chegou a solicitar doações para um asilo. Após esse pedido, uma das filhas do delator teria feito então dois depósitos nos valores de R$ 1 mil e R$ 2 mil para uma conta bancária fornecida por Benites. Outro filho do ex-diretor também teria entregado pacotes de fraldas geriátricas ao carcereiro.
A Polícia Federal informou que foi instaurado um inquérito sobre o caso, ainda não concluído. Os carcereiros à época, segundo a PF, eram guardas municipais, que foram substituídos por agentes penitenciários federais".
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